Como eu disse em post anterior, é muito mais fácil escrever quando se está
triste. E como estou vivendo momentos tão felizes na minha vida, não consigo
puxar um assunto para escrever...
Então as vezes eu venho por aqui, leio meus posts antigos, revivo algumas
emoções, vai que aparece alguma inspiração... e na verdade penso em escrever
sobre um monte de coisa, mas fico só no pensamento... rss...
Então hoje, lendo um comentário de uma amiga querida, que estou sem contato
(de novo), pensei em escrever sobre amizades...
(pronto, travei)
Bem, vamos lá, sessão desabafo, rss...
Eu vivo escutando pessoas dizendo: "eu só procuro quem me
procura.." / "eu dou atenção para quem me dá atenção..." "Ai Taty, eu no seu lugar, não procuraria fulano, não mandaria flores pra beltrano" "ai Taty, você é muito boazinha, as pessoas te fazem de capacho".... e eu,
bem, eu entendo que as pessoas tem outros compromissos para se dedicar, tomaram
rumos diferentes e nem sempre podem me dar a atenção que eu gostaria de ter..
então eu procuro mesmo, e se não tenho a atenção esperada, eu entendo... e
depois, procuro de novo.. e o dia que a pessoa me procurar, eu estou de braços
abertos, sempre. E rodo o mundo, se necessário, para ver a pessoa... reformulo
meus compromissos, me mantenho dedicada e ativa!
Só que eu SEMPRE estou procurando as pessoas.. ai um dia resolvo pensar e
agir como elas. Pronto, é como se o mundo rodasse ao contrário... eu escuto que
não sou mais a mesma, que estou deixando meus amigos de lado por causa de
namorado (agora namorido, estamos morando juntos), que eu sou falsa, que
esperava isso de todos, menos de mim e tudo mais que essas pessoas que dizem
"eu só procuro quem me procura..", dizem das pessoas que não as
procuram. quando na verdade eu sou a mesma pessoa, a mesma coisa de sempre.
Ai eu paro e penso: o problema não está nas pessoas que não te procuram.
Sim, eu estava certa desde o principio, as pessoas tem outros compromissos para
se dedicar, tomam rumos diferentes... o problema está em quem acha que não
recebe a atenção necessária e decide "descartar" essa pessoa que tem
uma vida normal, da vida dela!!! E se eu escolho ser assim, o problema está em mim também.
Estou sendo clara? Não?
Então vou contar uma histórinha.
Monica e Magali (não estou te plagiando, Mauricio de Souza, só te inspirando
para uma nova historia, rss).. enfim... Monica e Magali eram muito amigas...
desde a infância, adolescência. Estavam sempre juntas. Iam pra escola, para
festas, tomavam banho de chuva, jogavam queimada, paqueravam, patinavam... tudo
juntas. Só que a vida as projetou para caminhos diferentes e elas perderam
contato por muitos anos. Monica casou, se separou. Magali ficou doente, se
curou. Monica mudou de cidade, Magali fez 3 faculdades. E depois de 15 anos, a
vida resolve juntar as duas novamente.
Mais maduras, cheias de histórias de vida, de alegrias e traumas, as duas se
reencontram como se a ultima vez que tivessem se visto tivesse sido ontem. E a
rotina volta. As duas vão para bares juntas, festas, assistir jogos, ir na casa
de amigos. Riem juntas, choram juntas. Com uma diferença: Monica está
namorando, Magali, não.
Até que um dia o cupido finalmente acerta a britadeira no coração da Magali
(pq flecha anda difícil ultimamente) e ela começa a namorar um cara de outra
cidade (ah vah, na dimensão dos gibis: outro bairro). "Que legal, agora
sairão de casalzinho." Não!
No mesmo período Monica termina com o namorado e cai em depressão. Monica
começa a ligar para a Magali e pedir ajuda. Na verdade não "pedir!, mas
insinuar!
Magali está vivendo outro momento da sua vida, com seu novo Cascão. Se
preocupa com Monica, mas tem outros compromissos para se preocupar. Monica se
ofende, porque mesmo namorando seu Cebolinha, sempre que Magali precisava, ela
estava lá. Mas mesmo ofendida, entende, porque sabe que as pessoas tem outros
compromissos para se dedicar, tomaram rumos diferentes e nem sempre podem dar a
atenção que ela gostaria de ter...
Ai Magali volta do bairro do namorado. Feliz da vida. Mas não procura Monica
para ver como ela está, se ela melhorou, nem para compartilhar sua alegria. Afinal, elas teriam
outras oportunidades.
Passa um mês, dois meses, as duas só se falam por telefone, por facebook, por mensagem.
Mas a chama da amizade continua ativa. Neste período Monica reata com o
namorado e a Magali vai todo o final de semana para o "outro bairro" namorar.
E eis que chega um momento que a Magali precisa da Monica. Era seu
aniversário. E Magali odeia fazer aniversário. Mas decide que esse ano vai ser
diferente.
Monica até vai ao local combinado, toda feliz, achando que vai rever a
amiga, compartilhar novas vivências, como se a ultima vez que tivessem se visto
tivesse sido ontem e a rotina voltaria. Mas Magali tem um problema com o carro
e liga dizendo que não vai conseguir ir. Monica, se oferece para ajudar. Magali recusa a ajuda. Monica, para não ficar
chateada, faz planos com outra amiga em comum e vai para outro lugar. Magali liga
avisando que agora ela vai. Monica então a convida para ir onde ela e a outra
amiga em comum estão. Magali se ofende porque é seu aniversário e ela diz que
tem o direito de escolher onde ir. Monica tenta animar Magali de todas as
formas, para ir encontrá-las. Magali só a repudia, pois está magoada e com o botão de auto-defesa 'mode on' e no final a chama de
interesseira.
Monica sente muito. Sabe que não merecia ouvir aquilo. Mas a briga acaba por
ali.
Outras aproximações até acontecem, mas nunca mais como antes.
Mas as duas sabem que se um dia precisarem, poderão contar uma com a outra.
Vão ouvir um monte de bronca uma da outra, mas vão se ajudar.
Mas as duas sabem que pode ser que daqui uns anos vão se reencontrar, compartilhar
novas vivências, como se a ultima vez que tivessem se visto tivesse sido ontem
e a rotina voltará.
Ou não...
...
Eu só cansei, nesse caso e em outros, de ser a que sempre procura, a que
sempre conversa, a que sempre entende.
Antes eu dizia que se eu fosse presa as 3h da manhã, eu teria pelo menos
umas 30 pessoas para ligar que pagariam minha fiança.
Hoje eu não sei mais se é assim. Aliás, sei que não é. Hoje eu sei exatamente para quem ligar
e sei que minhas opções não preenchem uma mão.
Não que as pessoas deixaram de ser minhas amigas. Mas porque a vida é
assim... as pessoas aparecem, desaparecem, tornam a aparecer... E que fulano e
beltrano que foram meus melhores amigos num período, nem sempre serão os mesmos
fulanos e beltranos melhores amigos de outras fases da minha vida.
Não quer dizer que eu não sinta falta, não sinta saudades.
Sou uma pessoa nostalgica e dou valor a cada momento vivido com cada pessoa que passou pelo meu caminho.... E se eu pudesse, teria todas elas no meu presente hoje.
Acho que por isso gosto tanto do facebook, ele me dá a ilusória idéia de que todos meus amigos estão reunidos em um só lugar. Como uma festa.
Mas mesmo eu tendo cansado de ser a que sempre procura, se qualquer uma das
mais de 30 pessoas que eu ligaria me ligar, eu estarei aqui para pagar a
fiança! Eu estou seguindo a minha vida, só isso!